Ética no trabalho e os limites de cada um
A ética no trabalho é fundamental para uma carreira consistente
O conceito de ética não é único, nem pode ser definido em poucas palavras. Pouco importa, porque o objetivo deste artigo não é encontrar uma explicação definitiva.
O que você vai ler aqui são as implicações de ter ou não ter ética no trabalho e como isso pode impactar sua vida pessoal.
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A ética no trabalho e os limites de cada um
O que é a ética?
De acordo com o filósofo, jornalista e advogado Clóvis de Barros Filho, ética é um conjunto de regras sociais que orientam o comportamento dos indivíduos dentro de um grupo. A ética, portanto, segue algumas regras pré-estabelecidas de convivência em favor do bem coletivo.
Por outro lado, a moral é algo que pertence ao indivíduo, construída a partir dos valores da sua criação desde a mais tenra idade. Ainda segundo Clóvis, a moral é aquilo que você não faria mesmo que fosse invisível e não pudesse ser julgado por seus atos.
Quando pensamos no mundo empresarial, a ética está relacionada à cultura organizacional e, logicamente, aos valores dos seus gestores.
Fica mais fácil entender por meio de um exemplo. A Volkswagen, uma empresa de origem alemã, de padrões sempre muito rígidos, recentemente assumiu que instalou em seus veículos um equipamento eletrônico para fraudar a fiscalização ambiental em vários países.
Essa atitude foi deliberada, planejada e assumida como uma alternativa para lucrar mais no mercado automobilístico.
Pode-se perguntar: onde estavam os limites éticos da montadora de automóveis alemã? Até onde seus gestores iriam para arrecadar mais dinheiro, promovendo uma agressão ao meio ambiente onde eles próprios, seus filhos e suas famílias vivem?
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Até onde a ética orienta as suas ações
Nós somos os valores que praticamos. E nos revelamos a partir da ética que seguimos.
Talvez os operários da Volkswagen não conhecessem a finalidade do equipamento que montavam nos veículos e, por isso, não revelaram a ninguém o que estava acontecendo.
Mas imagine se você estivesse no lugar de um engenheiro de produção da montadora e tivesse plena consciência dos efeitos danosos do equipamento. Você ficaria calado para manter seu emprego ou denunciaria a fraude?
Não quero julgar levianamente ninguém, mas a verdade é que se você compactua com uma farsa, você também é um farsante. Caso se omita diante de um crime, você também é criminoso.
Pode parecer forte demais dizer isso, além do que os motivos que levam as pessoas a adotarem uma posição profissional ou pessoal é muito particular e diz respeito a cada um. Mas não se pode ignorar que todas as decisões têm um peso e uma consequência que pode ser muito grave.
Quando você toma um partido diante dos fatos, você compactua com os agentes da ação e faz parte das implicações que ela provocará.
Acima da ética para salvar o emprego
Vou relembrar outro caso antigo, que fala muito sobre ética no trabalho, o do Edifício Palace II, construído pela Construtora Sersan, do falecido deputado Sérgio Naia. O prédio recém erguido no Rio de Janeiro veio abaixo, soterrando os sonhos da casa própria de inúmeras clientes que foram atingidos por um verdadeiro terremoto emocional.
Os laudos oficiais sobre a tragédia mostraram que o motivo foi a utilização de materiais inferiores às especificações exigidas por aquela edificação.
Certamente alguém deu a ordem e várias pessoas na estrutura organizacional cumpriram, mesmo sabendo que os insumos utilizados não estavam corretos.
Até onde deve ir a sua ética para manter o seu emprego?
Siga seus padrões éticos para ser feliz
Novamente insisto, não estou interessado em dar lições de ética, muito menos determinar padrões que devem servir de modelo para quem quer que seja. Mas é certo que agir contra os seus princípios não vai deixá-lo feliz, muito menos realizado.
Os valores da empresa e os seus devem ser, no mínimo, semelhantes. As questões éticas também.
É muito difícil deitar a cabeça no travesseiro de dormir relaxadamente atuando de forma contrária às suas crenças. Minha sugestão, portanto, é que você só se submeta a realizar tarefas nas quais você acredita minimamente.
A firmeza de caráter é um indicador de ética
Alguns gestores costumam testar os limites éticos de seus funcionários, propondo ações que colocam em cheque a integridade do caráter.
Vários compradores de empresas são experimentados para verificar sua ética no trabalho e no fechamento de negócios, com fornecedores fictícios que oferecem propina em troca da aprovação das suas propostas.
O Brasil, infelizmente, vive uma crise ética na política, que se estende para todos os demais setores da sociedade, fazendo com que seja difícil determinar quais são as fronteiras entre o aceitável e o correto.
Isso não significa, no entanto, que todos os brasileiros sejam corruptos, antiéticos e sem moral.
Algumas maneiras de mostrar ética no trabalho
Existe uma citação antiga que diz: “não basta que a mulher de Cesar seja virtuosa, ela precisa parecer ser virtuosa”. Isso está relacionado à imagem e à comprovação dos fatos.
Muitas vezes não basta que você seja ético, é preciso mostrar isso. Seguem algumas dicas para demonstrar ética no trabalho:
- Denuncie todo comportamento antiético que você identificar na empresa, desde que tenha certeza dos fatos e consiga provar com documentos ou dados
- Recrimine qualquer pessoa que aja inadequadamente, não importando sua posição hierárquica. Pode ser que você perca o emprego, caso o denunciado por você seja o mandachuva, mas pense bem se você quer continuar trabalhando em uma organização comandada por indivíduos execráveis
- Aja sempre de acordo com os seus princípios e valores, ainda que a situação se mostre mais propensa a seguir em outra direção
- Um excelente indicador de uma boa ética é avaliar se as suas ações respeitam os direitos e a individualidade dos outros. Caso prejudique alguém deliberadamente, pode ter certeza de que não se trata de uma prática elogiável
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