Além de ótimas atletas, elas também arrasaram nos discursos!
A Olimpíada do Rio de Janeiro mostrou, desde a abertura, que a presença das mulheres seria a maior de toda história dos jogos. O destaque se deu tanto pelo alto índice de participação quanto pela força da oratória nos discursos femininos.
A modelo transexual mundialmente conhecida Lea T brilhando ao levar a delegação brasileira na abertura, Rafaela Silva levando o primeiro ouro brasileiro na competição, seleção feminina de futebol dando um show de talento, seleção feminina de vôlei, handebol…
Mas a luta dessas mulheres vai muito além das medalhas de ouro. Elas lutam também por reconhecimento no esporte e igualdade de gênero. Com discursos femininos potentes, elas vão abrindo lugar para o esporte acontecer e mostram seu potencial transformador na sociedade.
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Confira os discursos femininos arrasadores de cinco atletas olímpicas:
Rafaela Silva
Não foi nada fácil para Rafaela Silva sair da Cidade de Deus, uma das maiores favelas do Brasil, e chegar ao topo. Ainda mais quando a torcida de seu próprio país deu as costas para ela.
Na Olimpíada de Londres, em 2012, a judoca foi eliminada por um golpe ilegal contra a húngara Hedvig Karakas, e recebeu uma enxurrada de críticas e comentários racistas nas redes sociais.
O trauma causado na lutadora fez com que ela até cogitasse desistir da carreira. Mas a carioca enfrentou estes preconceitos e deu a volta por cima ao ganhar o primeiro ouro do Brasil nessa Olimpíada.

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Após a vitória, Rafaela participou de um debate sobre igualdade racial no esporte, promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ao lado do goleiro Aranha. A judoca afirmou que espera que sua vitória possa ajudar a aumentar a participação de mulheres no esporte.
“Aos poucos estamos conseguindo conquistar o nosso espaço e tem que aproveitar bastante isso, porque ficamos muito tempo esquecidas. Eu espero que outras mulheres possam tomar essa iniciativa”, disse no evento.
Gaurika Singh
Participar dos Jogos Olímpicos como atleta mais jovem da competição já é motivo suficiente para se encher de orgulho da nadadora nepalesa Gaurika Singh, de apenas 13 anos. Apesar da idade, a garota tem histórias que vão muito além das piscinas.
Em abril de 2015, a garota e sua família estavam em Katmandu quando foram surpreendidas pelo grande terremoto que matou mais de 8 mil pessoas. A nadadora doou centenas de libras que havia recebido por ter quebrado o recorde nacional para ajudar famílias desabrigadas e na reconstrução de escolas.
“Estávamos em um edifício de cinco andares. Estávamos jogando tênis de mesa. Aconteceu de repente, fomos para baixo da mesa, que era muito pesada. Não nos movemos e, felizmente, todos sobrevivemos e não houve danos”

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Pouco antes de entrar na piscina do Estádio Aquático Olímpico no dia 7 de agosto, a garota teve de encarar um maiô rasgado. Isso prejudicou seu desempenho e ela acabou sendo eliminada da prova. Porém, para Gaurika, isso não foi motivo para se lamentar.
“Foi incrível olhar para o placar e ver meu nome. Foi uma experiência e tanto. Eu não consigo acreditar que isso esteja acontecendo”, disse a nadadora em entrevista coletiva após a prova.
O Nepal e o mundo estão orgulhosos de você!
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Yusra Mardini
No ano passado, a nadadora Yusra Mardini e sua irmã fugiram de Damasco, na Síria, por conta da guerra. Sua casa havia sido bombardeada, e por isso seguiram pelo Líbano, para depois chegarem à Turquia.
Lá, as garotas pegaram um bote que ia em direção a Ilha de Lesbos, na Grécia, mas o motor da embarcação pifou e começou a afundar no meio do caminho.
Apenas as irmãs e mais dois homens sabiam nadar, então amarraram cordas ao corpo e, nadando por cerca de três horas e meia, levaram o bote ao longo do Mediterrâneo até o destino.
“Teria sido vergonhoso se as pessoas em nosso barco tivessem se afogado. Eu não iria ficar sentada e reclamar que eu poderia me afogar”, disse.

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No dia 6 de agosto, os olhos se voltaram para Yusra, que foi a primeira a competir pela inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados.
“Eu quero representar todos os refugiados para mostrar a todos que, depois da dor, depois da tempestade, vem a calmaria. Eu quero inspirá-los a fazer algo bom de suas vidas”, a garota contou para a Agência da ONU pra Refugiados.
Em sua estréia, a jovem ficou na posição 41 nos 100 metros borboleta, entre 45 nadadoras. Independente do resultado, já ganhou nossa torcida e nosso coração.
Simone Biles
Quando pequena, a ginasta Simone Biles e sua irmã mais nova ficaram sob cuidado do Estado até serem adotadas por seu avô materno, Ron Biles e sua mulher, Nellie. A garota chama os dois de pai e mãe, e sempre teve o total apoio da família para encontrar seu caminho na ginástica.
Porém, o comentarista americano Al Trautwig, da NBC, foi totalmente indelicado ao se referir a Ron e Nellie como os “avós de Simone” diversas vezes. Se não bastasse, Trautwig ainda fez um comentário sobre o ocorrido no Twitter, dizendo que “eles podem ser mamãe e papai, mas não são os pais dela”.
Em uma conversa com a revista US Magazine, Simone arrasou ao dizer: “Pessoalmente, eu não tenho o que comentar. Meus pais são meus pais, e é isso.”

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A ginasta têm agora seu nome na história mundial da ginástica olímpica com quatro medalhas de ouro, e ainda fez um comentário incrível sobre as comparações feitas a ela com os homens:
“Não sou o próximo Usain Bolt ou Michael Phelps. Eu sou a primeira Simone Biles.”
Maravilhosa, não? <3
Marta
Marta Vieira da Silva passou pelas dificuldades que muitos jogadores enfrentam para chegar a uma carreira vitoriosa. Saiu de Dois Riachos, no interior de Alagoas, pra conquistar duas pratas olímpicas e se tornar cinco vezes a melhor jogadora do mundo.
No entanto, ser mulher e viver em um país em que o futebol feminino não recebe seu valor merecido fez com que a brasileira tivesse que lutar ainda mais.
“As pessoas na época não viam com bons olhos uma garota jogando bola no meio de um monte de garotos, e a minha família pensava da mesma forma”, a jogadora escreveu no LinkedIn.

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Após uma partida contra a seleção da China, diversos jornalistas perguntaram à camisa 10 sobre as comparações feitas ao jogador. “Não tem essa comparação: Marta é Marta, Neymar é Neymar“, comentou a meia-atacante.
Hoje, ela se tornou rainha do futebol, e junto com a seleção brasileira, estão conquistando seu espaço.
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