No meu artigo sobre A Sabedoria da Menopausa, algumas mulheres comentaram que essa não é uma fase tão boa assim como o texto leva a crer. As leitoras mencionaram os calores, a irritação e as mudanças típicas dessa fase. Esses comentários me fizeram refletir bastante o que acabou resultando neste artigo complementar.

Adolescência e Menopausa

A menopausa tem algumas semelhanças com a adolescência: ambas são uma fase de passagem e adaptação às mudanças. E assim como todas as fases da vida, tem suas dificuldades específicas. Na adolescência, tivemos que sobreviver às espinhas na cara, aos hormônios invadindo nosso corpo, à ansiedade do que os outros iriam pensar, uma baixa autoestima e outras tantas coisas difíceis. A adolescência é uma etapa muito complicada, mas ultrapassamos. Ela nos preparou de alguma forma para o que veio depois.

Assim como na adolescência, cada mulher reage de forma diferente na menopausa. Algumas sofrem mais com os calores, outras têm enxaqueca. Outras ficam irritadas e ansiosas, há o aumento de peso, insônia, falta de libido. Algumas têm tudo isso junto, mas outras não tem.

Todas as fases da vida têm suas dificuldades específicas

Eu, por exemplo, sofri e ainda sofro com dores nas articulações, coisa que nem sabia que acontecia na menopausa, pois nem é muito comum e, portanto, pouco divulgado. Descobri que a diminuição de estrogênio afeta diretamente as articulações. Ao pesquisar, aprendi que para resolver esse problema tenho que fazer alongamentos, caminhadas e que, por mais incrível que pareça, controlar a alimentação pois alimentos ultra processados estão ligados a inflamações nas articulações. Tive bastante enxaqueca e insônia também.

Embora a menopausa também seja uma etapa difícil da vida, é nessa fase que sobra mais tempo e energia que antes eram gastos nos cuidados com os filhos. Agora há mais oportunidade para a mulher investir nos cuidados com ela mesma e com seus projetos. Mas se isso pode ser libertador para muitas mulheres, pode ser assustador para outras que não têm um projeto.

menopausa liberdadeQuem investe muito na aparência pode ter uma velhice complicada

Segundo a escritora Simone de Beauvoir, “quem investe muito na aparência pode ter uma velhice complicada”. O corpo se modifica, mas muitas mulheres se transformam em monstros para disfarçar as mudanças inerentes à idade. Apesar de cuidados com a saúde e corpo serem muito importantes, mulheres que ficam muito ligadas na beleza vão ter mais dificuldades para ultrapassar essa fase.

A antropóloga Mirian Goldenberg pesquisou sobre a velhice e descobriu que projetos pessoais são uma oportunidade para a construção de uma nova vida. Ela encontrou mulheres que depois dos 60 foram cantar em coral ou dançar. Que adoram fazer ginástica ou Pilates. Mulheres que fazem cursos, assistem palestras, vão ao teatro, voltam para a faculdade. Que gostam de passear ou viajar com os netos, não por obrigação, mas por prazer.

A autora diz em seu livro “A bela velhice” que as mulheres a partir dos 50 não falam tanto de trabalho. O significado de vida para elas tem mais a ver com liberdade de escolhas e coisas que não podiam fazer antes. Para muitas delas o casamento foi uma espécie de prisão: elas tiveram que cuidar da casa, dos maridos e dos filhos durante muitos anos.

A menopausa traz à tona os assuntos não resolvidos da vida

Outra coisa muito importante é que a menopausa traz à tona os assuntos não resolvidos de sua vida para que você possa, enfim, resolvê-los e seguir em frente. É a sua última oportunidade de elaborar suas questões sobre ser mulher, ser filha e ser mãe, porque é quase impossível chegar à meia-idade sem ressentimentos, mágoas, raivas e desapontamentos antigos.

Uma maneira de esclarecer exatamente o que está acontecendo é conversar com um profissional, seja seu ginecologista, um psicólogo ou um coach.

Dicas específicas para ajudar nessa fase

Veja algumas dicas para ajudar, caso você esteja um pouco deprimida nessa fase:

  • Nutricionalmente, a depressão é associada com frequência a baixos níveis de vitamina D. Portanto, verifique com seu médico se você precisa tomar vitamina D. Você também precisa de bastante ômega-3 porque as membranas celulares são feitas de ômega-3. Estas gorduras saudáveis são encontradas no óleo de peixe.
  • A luz natural de espectro total também eleva o humor, portanto, passeie na luz do sol.
  • A depressão também está associada a baixos níveis de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina. A maneira mais rápida de elevar esses níveis é fazer coisas agradáveis. Quando você se diverte, aumenta os níveis de óxido nítrico no sangue, estimulando instantaneamente a sensação de bons hormônios. Aumente o prazer e a diversão em sua vida.
  • O exercício também combate a depressão leve a moderada em mais de 50% das vezes. Junte-se a um grupo de caminhada e saia em luz natural regularmente.
  • Fique perto de pessoas positivas, afaste-se das negativas.

Enfim, você pode aproveitar essa fase difícil para aprender a se conhecer e conhecer seu corpo, se cuidar e se respeitar. Aproveitar esse processo para pensar como quer viver o resto dos seus anos. Mesmo que alguns dias você esteja irritada e encalorada, já que tem que passar mesmo por isso, procure encontrar a forma mais agradável para a travessia.

Acredite em mim, isso vai acabar. Anime-se!

A fim de viver bem e com qualidade DEPOIS DOS 50 é necessário começar a planejar com antecedência. Você está feliz com sua vida atual? Conseguiu realizar seus sonhos? Está fazendo uma programação financeira para uma velhice confortável?

Se quiser pensar nisso com ajuda da autora deste artigo, a psicóloga Márcia Assumpção (CRP: 06/14.064) encaminhe um e-mail para: marciassumpcao.ma@gmail.com

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