A ansiedade e o medo são partes importantes de nossa vida. São tão importantes quanto comer, beber água, dormir e respirar. Necessitamos do medo e da ansiedade para sobreviver e eliminá-los seria um risco para a vida. O medo nos avisa quando estamos em perigo e assim podemos nos proteger. A ansiedade é motivadora, pois faz com que nos preparemos melhor para provas, reuniões importantes ou que nos organizemos devidamente para situações desconhecidas que vamos enfrentar, como uma viagem por exemplo.
No entanto, ansiedade ou medo demais fazem com que fiquemos muito preocupados, paralisados ou até mesmo aterrorizados. Sentir muito medo pode transformar a vida em uma luta diária para poder sair de casa, trabalhar ou viajar nas férias. A ansiedade extrema é opressora, com sentimentos de grande preocupação com tudo, tensão intensa, até chegar a dores musculares e nervosismo constante.
Saiba que você não é o único
Em algum momento de suas vidas, várias pessoas famosas também já passaram por isso. Não acontece só com você: pode acontecer com qualquer um.
Madonna sofreu com as crises. Contou que sofre de ataques de pânico antes de subir no palco, mesmo após mais de 30 anos de carreira, por medo de decepcionar o público.
Fátima Bernardes revelou ter sofrido com ansiedade e pânico após o nascimento de seus filhos. Falou que a primeira manifestação do pânico aconteceu em uma viagem de avião. Teve crise de ansiedade séria a ponto de causar taquicardia e suor nas mãos. Ela notou que estava inventando desculpas para não entrar em um avião novamente.
Em entrevista ao Fantástico, Gisele Bündchen confirmou que sofreu crises de pânico.
Cléo Pires precisou adiar sua volta para o Brasil em dois dias pois teve uma crise de ansiedade. Ela foi atendida nos Estados Unidos. O próprio médico disse para ela não pegar o voo naquele dia. O estresse pode ter sido o motivo que desencadeou a crise.
Oprah Winfrey também lutou muito contra crises de ansiedade.
Barbra Streisand sofre antes de subir nos palcos. Ainda hoje, faz uso de medicamentos. Na década de 1960, a cantora sofreu um ataque de pânico quando esqueceu a letra de uma canção.
O padre Fábio de Melo revelou sofrer de síndrome do pânico devido a um “desgaste natural” decorrente de todas as suas atividades. Experimentou momentos de desespero, mal-estar e medo intenso. Hoje, medicado, está bem melhor, mas sente “o medo do medo” que é o receio de ter uma nova crise.
Giovanna Antonelli teve síndrome do pânico depois dos traumas devido aos mais de 10 assaltos que vivenciou na infância. Ela sente um medo intenso ao sair nas ruas.
Nicolas Cage, Winston Churchill e Abraham Lincoln também tiveram crises de ansiedade e pânico ao longo de suas vidas.
Sendo assim, você não precisa se achar diferente, sentir-se mal, desadaptado ou doente, nem ficar constrangido ou culpado.
Saiba que existe ajuda e tratamento para poder ter uma vida normal e saudável!
Qual a diferença entre medo e ansiedade?
Vivemos na era da ansiedade! Pessoas ansiosas muitas vezes se tornam incapazes de trabalhar com eficiência, viajar ou de ter uma vida social. Não conseguem dormir bem, participar de reuniões, ficar em espaços abertos ou tolerar algo minimamente sujo ou desorganizado.
O medo é uma resposta automática para um reconhecimento de perigo real ou potencial. É fundamental para nossa defesa e preservação.
No entanto, para uma pessoa com medo de elevador, por exemplo, toda possibilidade de precisar dele pode gerar medo excessivo. Qualquer coisa que essa pessoa for fazer, o medo do elevador vai estar presente. Se houver uma possibilidade, ainda que remota, de necessitar de um elevador ela vai ficar tensa e ter reações físicas de medo (aperto no peito, coração disparado). Vai começar a evitar todas as situações em que um elevador possa ser necessário.
Ansiedade é um estado emocional mais prolongado e muitas vezes desencadeado por um medo. É um estado de apreensão que parece incontrolável. Você fica ansioso ao pensar em ir a algum lugar que vai ter elevador, ou a uma entrevista de emprego ou viajar para um lugar desconhecido. A ansiedade se refere sempre ao futuro, é o famoso “e se”! “E se” o dinheiro acabar? “E se” eu for demitida?
O medo é o que governa a ansiedade. Ficamos ansiosos porque temos medo.
Os sintomas físicos mais comumente desencadeados são: aumento da frequência cardíaca, palpitações, falta de ar, respiração rápida, pressão no peito, asfixia, tontura, sudorese, calafrios, náuseas, diarreia, tremores e tensão muscular.
O que acontece quando a ansiedade nos ataca?
- Pensamento catastrófico
As pessoas ansiosas tendem a levantar as piores hipóteses. O pensamento do ansioso imagina que sérias ameaças sejam muito mais possíveis do que realmente são. Uma manchinha na pele se transforma em um câncer agressivo em menos de um minuto. Dificuldade de respirar parece uma morte iminente. Uma pressão no peito logo vira um infarto fulminante. A ansiedade muda nosso modo de pensar: passamos a enxergar a realidade pela lente da nossa ansiedade.
- Evitação
Na tentativa de eliminar o sofrimento, as pessoas ansiosas passam a evitar tudo o que as deixam nesse estado. Não vão onde tem elevador, muita gente, festas, viagens, não dirigem, não vão a hospitais com medo de pegar doenças, etc. A evitação pode resolver a curto prazo, mas tem um alto preço: alimenta a ansiedade e impede que a pessoa tenha uma vida normal.
A ansiedade deixa as pessoas mais inseguras e desprotegidas. A preocupação é constante. Relaxar é muito difícil, o stress domina. A dificuldade para dormir é constante.
A ansiedade diminui naturalmente se não lhe dermos atenção
As pessoas atualmente ficam o tempo todo concentradas no perigo e na ameaça. Tendem a superestimar a probabilidade e a intensidade dos perigos. Pensamos o tempo todo que o pior vai acontecer. É o pensamento catastrófico.
O modo como você pensa determina se a ansiedade aumenta ou diminui. Pensar sobre o perigo de forma catastrófica (manchinha vira câncer) e se sentir impotente (não aguento, não sou capaz) aumenta a ansiedade. Pensar sobre um risco aceitável (elevador é, em geral, muito seguro) e capacidade pessoal (posso lidar com essa situação) diminui a ansiedade.
Identificar e corrigir seu pensamento catastrófico é uma estratégia importante. Quando estamos ansiosos, tendemos a interpretar algumas situações como muito perigosas, quando na verdade não são. O pensamento catastrófico acontece rápido e automaticamente. Seu cérebro examina o ambiente buscando sinais de perigo. O raciocínio e a memória tornam-se tendenciosos recordando experiências passadas. Todo nosso sistema mental transforma-se em uma mentalidade ansiosa. Mude o modo como você pensa para mudar o modo como você sente. A redução da ansiedade vai acontecer quando o pensamento ansioso for desligado.
Não se sinta tão impotente
Você se sente impotente porque pensa que não tem condições de enfrentar a situação, mas isso não é verdade. Isso é a sua ansiedade dominando seus pensamentos e sentimentos.
Quando o perigo fica superestimado e a capacidade de enfrentá-lo fica subestimada, como consequência a ansiedade aumenta muito:
alto perigo + baixa capacidade = alta ansiedade
Além de mudar o modo como você pensa sobre os perigos, é preciso mudar o modo como pensa sobre você. Não subestime sua capacidade de enfrentar situações de ansiedade. Ela distorce seus pensamentos.
Fugir não adianta
Evitar as situações ansiosas pode aliviar no início, mas aumenta a ansiedade com o tempo. Enfrentar a situação é a melhor solução. Quando enfrentamos nossos medos aprendemos que os perigos não são tão ameaçadores quanto pensamos e que somos capazes de lidar com nossas ansiedades. Após o enfrentamento nos sentimos mais fortes e vitoriosos. Podemos diminuir a ansiedade com a repetição da experiência.
A fuga não resolve nada, apenas confirma as crenças de que nossos pensamentos catastróficos representam perigos reais e de que somos fracos demais para suportar nossos medos.
7 Dicas para momentos de crises
- Respire! Sob ansiedade, respiramos pouco ou com uma respiração curta e rápida. Procure focar sua atenção na respiração longa e demorada.
- Não pense no que disparou a ansiedade. Lembre-se: A ansiedade diminui naturalmente se não lhe dermos atenção! Procure fazer algo que você goste e que desvie sua atenção, como assistir uma comédia, jogar, sair, conversar com alguém, mas não sobre o que te preocupa, etc.
- Durante uma crise é preciso que você se lembre de que não pensamos direito nesses momentos: passamos a enxergar a realidade muito aumentada pela lente da nossa ansiedade. Lembrar-se dessa informação ajuda a enxergar a realidade de forma menos perigosa.
- É importante lembrar também, nesses momentos, que a ansiedade nos traz um sentimento de impotência: alto perigo (+) baixa capacidade = alta ansiedade. Você deve lutar contra essa sensação pois já ultrapassou esses obstáculos de forma eficaz em situações anteriores. Não subestime suas capacidades!
- Faça um diário do que você sente quando fica assim. Anote o que dispara a crise, o que você pensa e o que você sente emocional e fisicamente durante esses momentos. Isso vai te ensinar a lidar melhor com ela.
- Lembre-se de que apesar de você achar que está muito mal, você já superou isso anteriormente e em geral nada daquilo de ruim que você pensou realmente aconteceu.
- Pratique o relaxamento com frequência. Isso vai te ajudar em momentos de crise.
Exercícios de respiração, relaxamento, meditação, mindfulness e yoga são extremamente eficazes para controlar o medo e a ansiedade.
Ouvir relaxamentos ou meditações é bom para o sono. Para isso, eu criei um relaxamento especial que ajuda a respirar e a dormir melhor.
Você pode ouvir clicando aqui.
Artigo baseado no livro VENCENDO A ANSIEDADE E A PREOCUPAÇÃO, de David Clark e Aaron Beck.
A fim de viver bem DEPOIS DOS 50 é necessário começar a investir em você. Você está feliz com sua vida atual? Conseguiu realizar seus sonhos? Está fazendo sua programação financeira para uma velhice confortável?
Se quiser pensar nisso com ajuda da autora deste artigo, a psicóloga Márcia Assumpção (CRP: 06/14.064) encaminhe um e-mail para: marciassumpcao.ma@gmail.com
Ou inscreva-se no site Psicologia Viva para agendar uma consulta com Márcia Assumpção, especialista no tratamento da ansiedade e do medo. O Psicologia Viva é regulamentado pelo CFP – Conselho Federal de Psicologia e garante a privacidade, a ética e o profissionalismo no atendimento online dos pacientes.
Se você gostou, leia também:
Sono: como dormir melhor e evitar a insônia
Stress pode te matar se você não se cuidar
Facebook Comments