Muita gente tem medo de falar em público. Isso é mais comum do que se pensa.

Todas as vezes que essas pessoas precisam se expor diante de uma plateia começa o drama: frio na barriga, mãos molhadas e geladas, coluna doendo, tremedeira, suadouro, …

Haja coração para aguentar. E precisa ser um coração de aço, sem sentimento ou emoções.

Produzi o vídeo “Como perder o medo de falar em público” onde mostro que ter medo faz parte da vida e nos salva de muitas situações. Sem qualquer tipo de medo nós nos arriscaríamos sem necessidade.

Agora você deve estar se perguntando: se o medo é bom, porque eu me sinto tão mal? A resposta é que o problema está no medo incontrolável e paralisante.

O ideal é aprender a controlar o medo para que ele seja um aliado de diversas maneiras:

1. Não nos deixando correr riscos desnecessários;

2. Gerando energia para lutar contra a ameaça;

3. Criando uma força interior para provar a nós mesmos que somos capazes de enfrentar tudo na vida.

Vários tipos de medos

Uma seguidora do nosso canal do Youtube, a Taeh Utted, disse que vive um medo limitante quando precisa apresentar trabalhos na escola, embora ela seja bastante desinibida para falar em casa com os familiares.

Um dos principais incômodos dela é que os colegas começam a rir e fazer piadas com a dificuldade dela realizar a leitura, gaguejando e tendo “brancos” por nervosismo.

Perceba que algumas vezes o nosso medo não é generalizado. Ele pode se manifestar somente diante de pessoas desconhecidas. Alguns se incomodam mais com público conhecido, como o chefe e colegas de trabalho. Outros se preocupam com qualquer tipo de audiência.

Nestes casos é preciso agir com determinação, empenho e paciência, para vencer um sentimento que priva você de obter melhores resultados na vida pessoal, escolar e profissional.

A boa notícia é que tem jeito para tudo na vida e para o medo também. Mas não há fórmulas milagrosas. É preciso esforço pessoal e disciplina, da mesma forma que precisamos disso para fazer regime, exercícios físicos ou eliminar algum vício.

Minha experiência pessoal com o medo

Eu entendo perfeitamente o que a Taeh Utted sente porque eu também já fui muito tímido e sobrevivia diariamente a todas essas “fortes emoções”.

Na minha escola havia chamada oral todos os dias e éramos intimados a ficar na frente da sala para responder às perguntas da professora. Eu via tudo preto diante dos meus olhos e meus ouvidos ficavam trancados para qualquer som, exceto as gozações dos amigos.

Eu venci essa situação e, por isso, afirmo que qualquer um também pode. Comigo eu utilizei diversas técnicas, até descobrir aquelas que mais me ajudavam.

Sugiro o mesmo para você: vou dar a seguir algumas alternativas e você testa entre elas as que mais vão te ajudam a superar o seu medo. Repito: com paciência e dedicação, porque não existem milagres para resolver emoções limitantes.

Uma parede entre você e o medo

Minha primeira sugestão é praticar o que no teatro se chama de “4a parede”. Sempre que for falar, veja o público como uma parede colorida e não como um conjunto de pessoas.

Tenho certeza que você não fica nervosa para falar com uma parede: então, na sua casa ou no seu quarto, escolha uma e leia para ela. Interprete um texto olhando fixo para o nada.

É uma maneira de se acostumar a ver uma parede na sua frente e não várias pessoas que são sempre muito ameaçadoras.

Brinque com o medo

Outra coisa que você deve fazer é se expor sempre que possível. E de preferência em situações lúdicas, como brincadeira. Já falei sobre isso em outros artigos e vídeos.

Comece promovendo um karaokê na sua própria casa (no Youtube você encontra vários), entre os seus familiares com quem, provavelmente, você se sente mais à vontade.

Depois, convide alguns amigos para cantarem (ou tentarem cantar) junto com você.

Tempos depois de já ter praticado em situações protegidas, vá a algum bar que tenha karaokê e cante na frente de desconhecidos que também estão ali apenas para se divertir.

Isso vai te ajudar a ficar diante de qualquer um, sem ligar para o que os outros estão pensando. Quanto à risada do público, pense que eles podem estar rindo de qualquer coisa, não exatamente de você.

O público sempre terá reações, mas elas não dizem respeito exclusivamente ao apresentador. Pode ser até uma piada que algum colega contou baixinho.

Esqueça o que dizem ou fazem, porque você e ninguém jamais conseguirão uma unanimidade de comportamento da plateia.

O medo das reações do público

Quando o seu maior problema é com as reações do público, quer sejam alunos que riem e caçoam ou uma audiência difícil e dispersa, eu sugiro que você converse com eles sendo muito honesta.

No caso de alunos ou colegas de trabalho, em uma situação informal, pergunte se eles têm alguma dificuldade na vida.

Todos temos alguma dificuldade. Pode ser na prática do esporte, por não ser um bom jogador e ser esquecido na hora de montarem o time; pode ser para dançar com alguém que se gosta mas não tem coragem de convidar.

Pode ser, ainda, dificuldade para iniciar um namoro; ou participar de uma entrevista de emprego; ou conseguir conversar abertamente com os pais.

Ao fazer essa pergunta, quem estiver conversando com você sempre irá se encaixar em alguns desses problemas ou quaisquer outros que você consiga pensar na hora.

Quando eles te responderem sobre as dificuldades deles, pergunte o que eles gostariam que as pessoas em volta fizessem: dessem apoio ou começassem a rir?

A resposta será “apoio”. Dito isto, solicite a eles que não riam enquanto você se apresenta porque isso só tem piorado a sua dificuldade e se eles simplesmente não fizerem nada já estarão ajudando muito.

Com isso aumenta a probabilidade de você resolver seus medos com as pessoas que estão mais próximas e com as quais você pode conversar informalmente.

Pare de se importar com os outros

Mas e quando o público não é conhecido? O que eu posso fazer?

Nestas situações você terá que fazer um trabalho essencialmente interno. Ou seja: com você mesmo.

Aos poucos, pare de se importar com o que as pessoas pensam a seu respeito e sobre o que você faz.

Não é possível agradar a todo mundo, da mesma forma que você não gosta de todos os apresentadores, professores ou gestores que fazem apresentações para você.

Eu gravei um vídeo exatamente com o título “como parar de se importar com o que as pessoas pensam” que traz várias dicas para você colocar em prática e viver mais em função do que você quer, do que preso ao que os outros desejam.

Procure ajuda de profissionais

Existem algumas situações mais sérias que misturam ansiedade e medos realmente incontroláveis que provocam até depressão.

Caso a sua dificuldade seja desse grau, se torne insuportável e pareça incontornável para você, marque uma sessão gratuita com a psicóloga (CRP: 06/14.064) e coach da Widoox, Márcia Assumpção. Ela é especializada no tratamento dessas situações (ansiedade, medo e timidez) para pessoas de todas as idades.

Segue sugestão de livro que pode complementar este tema:

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