Caso você tenha dificuldades para controlar o tempo quando se apresenta em público, este artigo vai te ajudar muito, fornecendo oito segredinhos para você se dar bem com o relógio nessas situações.
O tempo pode ser amigo ou inimigo
“Tempo! Ah, o tempo! Saboroso néctar que se bebe em goles”.
Esta é a frase inicial de um poema que escrevi para o show “Tempo”, uma coletânea de músicas capazes de contar a história de uma vida.
Nós temos com o tempo uma relação diária, inseparável. Algumas vezes amigável, outras de profundo ódio.
O tempo é amigo de quem sabe administrá-lo bem e consegue aproveitá-lo para fazer tudo, ou quase tudo o que consta da sua lista de atividades.
Ao contrário, ele é inimigo de quem corre atrás dele, deixando que ele escape entre os dedos sem conseguir aproveitá-lo para realizar as tarefas que são necessárias.
A oratória e o tempo
Nas apresentações em público vale também a mesma relação com o tempo.
Quando você se prepara adequadamente e pratica a sua apresentação, ela transcorre no tempo certo que você tem para falar.
Mas se você não se preparou como devia, o relógio passa a ser o seu carrasco e maltrata você, ora correndo mais do que o normal, ora andando lentamente como se os minutos fossem infinitos.
Administrar o tempo durante uma apresentação em público é uma das principais dificuldades que meus alunos e coachees trazem, depois é claro do medo de se expor diante das pessoas.
A relação do público com o tempo
O orador tem uma relação com o tempo completamente diferente do público.
Quando ele domina o assunto, o tempo passa rápido. Caso contrário, tem a sensação de que o dia ganhou mais 4 horas.
Para as pessoas que estão ouvindo sentadas, as horas são feitas de 120 minutos cada uma.
Não importa quanto tempo vai durar sua apresentação: o importante é que o público tenha esta informação e receba exatamente o que foi combinado. Nem muito mais, nem muito menos.
Todos nós temos um relógio interno que nos avisa quando o tempo combinado já está quase acabando.
Em palestras que duram 30 minutos, pode reparar: ao final de 25 minutos a plateia começa a olhar no relógio, porque algo no seu metabolismo alerta para o final do prazo.
Menos tempo nem sempre é mais
Dito isto, pode parecer que quanto menos você usar do seu tempo, melhor.
Isto não é verdade. Pense nestes exemplos:
- Você paga sua inscrição para participar de um congresso, empolgada com a possibilidade de ouvir um palestrante famoso, das 09h às 11h. Ele sobe ao palco e fala por apenas 15 minutos. O que você pensaria dele e do evento?
- Você comprou ingressos para o show do seu cantor preferido. Começa o espetáculo que você espera que dure de 1h30 a 2h00, mas ele só canta por 45 minutos. Você aplaudiria ou pediria o seu dinheiro de volta?
- Você se matriculou em um curso de especialização de 8 semanas, mas o orientador decidiu que no terceiro dia já havia compartilhado todo o conteúdo e, portanto, deu por encerradas as aulas. Você ficaria satisfeita ou desapontada?
Foi exatamente isso o que aconteceu com o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial de Davos, em 22 de janeiro de 2019, na Suíça.
Tendo por plateia a comunidade econômica internacional, a imprensa mundial e a população brasileira, todos esperavam um discurso com duração de 45 minutos. No entanto, Bolsonaro falou por cerca de 6 minutos.
Ainda que o conteúdo do discurso dele fosse empolgante e consistente, geraria descontentamento pela diferença entre o previsto e o realizado.
No lado oposto, o falecido Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, convocou a população de Havana para ouvir seu “rápido” discurso que durou agradáveis 7 horas e 10 minutos. Alguém aguenta isso?
Como administrar o tempo da sua oratória
Seguem algumas alternativas que vão te ajudar a controlar bem o tempo.
Utilize uma delas ou algumas, de acordo com as possibilidades do local da sua apresentação e o que for mais conveniente para você.
- Minha primeira recomendação é elaborar um planejamento de tudo o que você precisa falar e simular a apresentação cronometrando. Veja antes o tempo que será necessário e acrescente ou corte algumas partes.
- Com o roteiro elaborado, treine várias vezes. Repita sua apresentação até que ela esteja bem alinhada com o seu tempo para expor. De preferência, grave em vídeo ou áudio e veja se tudo está adequado.
- Leve um relógio de pulso e, de vez em quando, olhe para ele disfarçadamente. Por exemplo: ao apontar para algum lugar, ou manipular um canetão no flip chart, ou ainda clicando um enter no computador.
- Utilize um presenter com cronômetro. Eles são extremamente práticos porque marcam o tempo de forma regressiva e, ao final, tremem na mão quando faltam 5 e 3 minutos para o término.
- Deixe um relógio sobre a mesa para que você possa acompanhar o tempo toda vez que se aproximar do computador ou for beber um gole de água.
- As versões mais atuais do Power Point e de alguns outros softwares de apresentação já trazem na tela do computador um marcador de tempo para orientar apenas o apresentador.
- Combine com algum amigo que ficará junto ao público para te avisar da passagem do tempo. Neste caso, lembre-se de olhar para ele e combinar antes quais serão os sinais.
- Verifique se é possível disponibilizar um relógio de parede no fundo do auditório, de frente para você. Esta é a maneira mais confortável de administrar o tempo da sua palestra.
O que não fazer para administrar o tempo
- Olhar várias vezes para o relógio do pulso, porque isso causa ansiedade no público que também ficará nervoso à espera do término da sua fala.
- Colocar um contador de tempo visível para o público na tela de projeção. Para quem está assistindo, ficar olhando para o relógio é uma tortura e outro potente desencadeador da ansiedade.
Coloque em prática essas dicas e você vai conseguir administrar o tempo para cumprir exatamente o que foi combinado com o seu público.
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